11 dezembro, 2015

inspira expira palpitação ins pira ex pira desacelera coração anda mais devagar passinhos apressados vê se desacelera o passo pra encontrar o compasso tenta a rima vê se o que sou se faz poesia sou sol o que se é ser o que é pulsação pulsa ação acelerado coração respira não para de bater encontre a si vê se volta fica mora aqui comigo você é de si pertenc(s)er ao amanhecer na luz no sol na lua na noite escura escura noite escuridão palavras soltas refletindo minha desconexão

05 setembro, 2015

- si -

o reflexo no espelho já me disse
nós humanos
continuamos aqui
existência viciada
singular sem plural
rotina cansada
desgraça acostumada

e caminharemos, pois

vazios de nós.

14 junho, 2015

fight fire with fire

mude o mundo
salve sua vida
chore se preciso for
sorria quando der
se faça feliz
sinta a lua e o chão
o vento a te despentear
aceite a falta de jeito
o jeito torto
o incerto certo
o certo incerto
com esperança escreva os dias
espere com paciência
sem paciência só respire
cultive seu ser
e seja.

02 abril, 2015

"Cold grey morning"

Ser é paradoxal. Porque é simples e é complexo. No instante em que habito prefiro a simplicidade da calma. Peço chá de camomila pra deixar fluir a alma. Gosto do que vejo quando olho a janela: um verde que sobressai às nuvens que são cinzas dessa tarde que já foi manhã e permanece cinza.
Não reclamo do dia. Aproveito bem os dias de chuva.
Com a minha preguiça aceitável, os felinos que me cercam e as palavras que me exigem passagem.
Interrompo o que estou fazendo e deixo dizer a alma o que ela quer. Como se ela fosse externa a mim, mas sei que não é. Sou eu falando. Escrevo porque preciso, mesmo sem saber do quê.

25 março, 2015



Trago comigo lembranças de quando fui felino. Recordo-me do gosto da noite, do toque suave da lua em minha pele. Do sabor dos animais provados pela caça. Dos territórios que eram meus. Lembro do meu bando e da característica de cada um, com eles vivi grandes experiências. Aprendi o que é companheirismo e também a solidão compartilhada. Caçávamos, corríamos, brincávamos.
Na primavera me perfumei de flores, no verão me joguei no chão gelado buscando frescor, no outono busquei o vento e deitei nas folhas caídas pelo chão, no inverno senti o cobertor e o aconchego do meu humano preferido, aquele com o qual todas as noites brinquei e carinhei. Aquele do qual me despedi com um olhar singelo de quem é grato, que sentirá saudade e que se eternizará em cada novo amanhecer.
Sou de natureza livre e meu tempo de estada acabou (infelizmente), mas felizmente parto, porque felizmente fui feliz.



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