28 agosto, 2012

Acordei cedo, ouvi a chuva cair. Vi o vento jogar com força as gotas de chuva contra o vidro da janela ao lado da cama, pareciam lágrimas de desespero. Eu gostaria de fazer as unhas e outras coisas mais, mas faltou-me coragem. Confesso que se eu pudesse apenas não me levantaria ou não sairia do meu apartamento para nada. As paredes agora parecem me sufocar, meu quarto diminuiu, mas ainda tenho aqui tudo o que preciso. Lá fora é difícil me encontrar... Lá fora no meio de tanta gente perdida, não vejo sentido na existência. É quase uma desilusão. 
Um dia ainda largo tudo... Um dia quando a coragem substituir a preguiça.

Geovana
02.10.2008

25 agosto, 2012

Vou ouvir minha bossinha
E chorar as mágoas da indecisão
Sem nenhum gole de certeza
Ou de vinho da razão

22 agosto, 2012

Linhas de saudade

Meu quarto foi invadido pela melodia suave do piano a tocar, eu o escutei e abri os olhos. Senti a mesma dor de cabeça da noite passada e retrasada, a mesma dor de cabeça de todos os dias desde aquele dia. Dia fatídico. Pressionei os olhos na esperança de aliviar a dor, mas só o fiz de verdade quando ouvi a sua voz rouca e bela a cantar para mim. De dentro para fora e não ao contrário. Nasceu em meu coração e abriu-me um sorriso, pois era a nossa canção. 
Minhas manhãs ainda têm o cheiro do seu café, que é o melhor. Me pus a pegar uma xícara e levei meu corpo preguiço até a sala de estar, olhei para o piano e você não estava lá. Percebi o real silêncio na casa, e este era ensurdecedor.
Fechei meus olhos e nos vi juntos nessa mesma sala. Você estava compondo a nossa música, eu estava a te admirar. Vez ou outra, te tirava para dançar; vez ou outra, você parava para me beijar; no fim do dia nossa música estava pronta e brindamos a isso, selamos a noite com amor. 
Agora estou parada nesta sala sozinha a viajar no tempo e sei que o piano nunca mais fora tocado, embora eu sempre venha aqui e veja o contrário. 
Eu revivo todo dia os nossos dias, em meu rosto sinto lágrimas que dançam no ritmo saudoso das batidas do meu coração. 
Às vezes, quando ligo o rádio, é a nossa música que está tocando. Creio que as pessoas a amariam ainda mais se a escutassem na sua voz. Minha voz não é lá grande coisa, mas eu precisava cantar ao mundo o nosso amor. É a minha forma de nos eternizar na Terra.


01 agosto, 2012

Diga-me, quais são as luzes que brilham em ti quando habitas em escuridão?

Existo com um lado obscuro do qual alguns ouviram falar, poucos sabem, ninguém conhece. O alimento com silêncio e escuridão. Gosto de luzes acesas, mas aprecio as luzes apagadas. Na verdade, a ausência delas. Brinco com as palavras que vejo passear em minha mente, comigo mesma e com os pensamentos que tenho aqui deitada neste quarto escuro a observar as luzes que vejo nesta imensa escuridão. Luzes que vejo nesta imensa escuridão.


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