28 julho, 2012

Quiçá, larilá.

Madrugada sem sono, seres lunáticos buscam caminho de volta à sua terra original. Minha nave partiu, esqueceu de mim. Marte é clichê, lua já foi, resta-me Plutão... Distante, desconsiderado, inabitável.
Algumas coisas poderiam me convencer a ficar, mas são três da madrugada, que me resta além de mim? Nada me puxa ao solo, gravidade deixou de limitar-me quando senti o pulsar daquele coração. Olhei para o seu, estrela brilhante. Alma gêmea. Chamou-me e conduziu-me.
Via Láctea, realmente familiar. Sabor de leite materno, mãe que procura por seu bebê. Eu que procuro minha casa, meu lar. Passeio por galáxias. Sigo a estrela.
Não conheço o destino, mas muito me apraz andar por este caminho.

24 julho, 2012


Existe tanta poesia e sentidos em mim, que torno-me incapaz de descrever algo. Minha boca balbucia qualquer som que não expressa compreensão, meus olhos imploram por entendimento, mas minha mente me conforta: ninguém entenderá, ninguém explicará nada.
Para onde direcionar teus passos que de atrevidos levantam-te da cama, quando ainda queres permanecer lá? O que fazer quando começa dentro de ti uma canção que empurra-te para fora de si, fazendo uma dança ritmada com os batimentos do teu coração?

O que se vê são passos
Direcionados ao acaso
Dança sem canção notória ao outro
Pessoa sozinha em um salão de cores imensas
De cores imensas é este salão...
Cores imensas tem teus olhos!



"(...)Eu ando pelo mundo divertindo gente, chorando ao telefone e vendo doer a fome nos meninos que têm fome... Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado! Remoto controle... Eu ando pelo mundo e os automóveis correm para quê? As crianças correm para onde? Transito entre dois lados, de um lado. Eu gosto de opostos, exponho o meu modo, me mostro. Eu canto para quem?"
- Esquadros, Belchior
Pareço estar a sonhar, mas plenamente reconheço que estou acordada. Anoitece e os ventos que chegam com a lua, gélidos, arrebatam-me, aproximam-me de ti, de ti...
E juntos dançamos a melodia dos ventos que uivam por aí. É inverno, mas vi rosas.
Olha, amor, nasceram rosas em nossa roseira!
Nossa roseira.
Nossa.




"E até quem me vê lendo jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei..."
Último Romance - Los Hermanos

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