06 fevereiro, 2012

É fugaz

    Meus extremos me inquietam como me afligem as metades que me cercam. Me rodeiam o cansaço e a amargura de tua alma, que vem e que vai. Quis, por ora, tirar-te da solidão. Quis mostrar-te a luz em que habito, mas me prendi na tua escuridão.
    Tentei partir, mas ao te ver partir, permaneci. Estatizei, não sei. Mas não mais fiquei. Disse-me adeus, escondeu-se na solidão. Não ser, não ter, não estar. Eu que fui, tive e estive, hoje sou, tenho e estou. Você não, ele não, eu sim.
    Com meus extremos, minha ternura, ausente de cansaço, sem alma amargurada, orgulhosa ou ferida, arrebatando o chão de onde passo. Arrancando o teu olhar distante, pois ainda o prendo e sei. Por mais que eu não veja, que seja doce a minha ilusão!
    Confusas palavras que balbucio, confusão em que habito; mas iluminada. E ao te ver, sorri. Pois sorriso ainda tenho, e é verdade, pois é amor sincero o que guardo, é amor sincero o que exalo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares