18 junho, 2012

Energie


Os ponteiros do relógio marcam a hora em que todos se deitam para dormir, ou que ao menos tentam. Meu horário é marcado pelo céu e a luz dele me mostra claramente, ou não tão claramente assim, a julgar pelo tom escuro que ele apresenta hoje; que é hora de me levantar.
Mais uma noite começa, noite de perambular pela casa, como gosto de fazer; noite de admirar a solidão. Mais uma dose de café, eu não estou a fim de controlar a ansiedade deste dia.
Hoje o dia foi cruel.
Vejo gente morta o tempo inteiro. Gente morta que anda e que fala. Gente morta que se move e tem sorriso robótico. Pergunto-me o que eles pensam estar fazendo, levando uma vida que não tem vida. Esquecendo-se de viver!
Soube de um acidente brutal e eu não saberia disso caso as vítimas não fossem meus vizinhos. Aposto como ambos não sabiam que iriam morrer (a maioria das pessoas realmente não sabe quando está na sua hora), mas se eles soubessem acredito que não teriam passado a noite de ontem brigando.
O acidente foi pela manhã, dois corpos estirados no chão. Ouvi muitos comentários sobre isso no dia de hoje, mas agora, sozinha com minha xícara de café, questiono-me sobre o verdadeiro dia em que eles morreram. Tenho para mim que já estavam mortos há muito tempo, tal como você também está. 

2 comentários:

  1. Agora percebi quantas pessoas mortas conheço... Talvez eu mesma seja uma delas.

    Decidi viver.

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  2. Boa decisão, fico feliz de ter participado da mesma.

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