18 novembro, 2014

As folhas no meu quintal

O silêncio chega conforme a tarde cai. De manhã conversei com meu eu lírico enquanto juntava as folhas do meu quintal. O vento levou as folhas que juntei, que controle tenho eu sobre a vida, sobre a direção do vento, o ir e vir?
Silenciei o eu, quão grandes são os ensinamentos passados pelas folhas. Todo tipo de vida nos tem algo a dizer, em silêncio ouço as vozes das folhas vivas que interagem com o vento, ouço o lamento triste pelas folhas que jazem no chão sem grama, torradas pelo sol, cansadas de existência ou repletas de vida plena arrancadas de suas raízes em pleno verde, antes da hora como permite o Criador.
Às vezes, cansada, apenas recolho as folhas mecanicamente. Cansativo é viver mecanicamente. Por isso hoje as senti. E agora me recolho a mim, concentro no caminho banhado pelo sol tão quente, agradeço às mães das folhas que por elas tão cobertas trazem sombra e refresco à seres que tão pouco merecem. Tão imenso isso é que só me transbordo de gratidão por reconhecer tamanha graça e a ela experimentar.

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