15 fevereiro, 2012

História Mal Escrita

 O casal da mesa ao lado me parece ser tão feliz! Ele massageia as mãos dela, enquanto ela sorri contando alguma história entusiasmada. “Sua hora vai chegar!” São palavras que ressoam em minha cabeça, minha hora do quê? Hora de ser feliz em alguma escolha, talvez.
Mas estou aqui, sentada sozinha na mesa de um bar. A voz do cantor dessa noite até me encanta, mas essa música me faz lembrar de uma história da qual não era para mim. Mais uma história que vivi de forma errada. E eu não ligo pras outras, eu realmente queria ter vivido mais nessa.
Em que espelho teu sou eu que vou estar a te ver sorrindo?
Essa música realmente não deveria estar sendo cantada nessa noite fria. Vou pedir mais uma dose de conhaque e acho bom que os olhares ao redor não me acusem. Porque estou cheia de condenações, cheia de exigências, cheia de interesses.
Não há sentido em mim, para coisas que pra todos existe sentido. Eu era tão diferente no passado, minha forma de ver tudo, meus desejos, minhas ambições.
Não vou viver como alguém que só espera um novo amor...
Eu realmente não vou viver assim, até porque não o quero de novo. Não quero mais desse veneno. Não quero! E eu vou voltar a ser quem eu era. Voltar a usar meu batom vermelho, soltar meu cabelo, e colocar o meu sorriso mais verdadeiro à mostra novamente. E minha independência irá atrair alguém, e aí eu irei deixar de ser completamente desapaixonada. Ah, não, essa história eu já vivi!

- Garçom, por favor, mais uma dose. E um novo amor.

2 comentários:

  1. Acredite, a sua hora vai chegar, sempre chega.
    Nada mais sedutor que a independência!

    Beijos*:

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  2. As vezes os relógios se encontram mesmo!

    Beijos!

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